
Sabemos bem porque nos candidatamos. Esteve, está bem explícito, desde a primeira informação de disponibilizamos a todos. Uma leitura atenta do programa evidencia o nosso grande objectivo.
Hoje de manhã fui adquirir o meu jornal habitual. Como o suplemento cultural que o acompanha não estava encastrado, troquei-o pelo jornal mais jovem. De facto, este jornal e o suplemento cultural são duas letras diferentes do alfabeto.
Perto dos jornais, um "jornal" regional fazia o seu comunicado Nº 1. Eu diria que esta peça jornalística é inédita. O proprietário do jornal, o seu director, o autor da notícia é o dono do lote.
Os tribunais um dia irão decidir, assim o creio. De quem afinal é o lote. Mas existem alguns dados curiosos neste folhetim de Outono. O lote oferecido e o lote urbanizado. Quem ofereceu o lote exigiu outro lote urbanizado.
Eu confesso que gosto de dar. De oferecer. Creio que isso é comum aos portugueses. Damos o tempo por causas de todos, nas colectividades... Damos o que nos sobra e ainda há quem ofereça o que lhe faz falta. E recordo-me de uma parábola da Bíblia, quando Jesus chama a atenção dos seus discípulos para uma mulher que oferece quase tudo o que tem, ainda que seja escasso.
E esta novela enrolada do lote, que até já motivou comentários inflamados neste blogue de portas abertas, imaginando-se que a nossa candidatura seria a pena oculta que escreveria os textos, nasce mal. Quem aceita uma oferenda, neste caso um lote de terreno, deveria aceitá-lo sem grandes contrapartidas, excepto que o mesmo se destinava exclusivamente a fins públicos, ou seja a causas de todos.
A cidade de Vendas Novas está aqui ao nosso lado. É lá que muitos vizinhos trabalham. Outros efectuam as suas compras. É a feira ou mercado mensal que os vizinhos frequentam. Há quem lá tenha as suas empresas. Muitos jovens estudam em Vendas Novas e frequentam muitos equipamentos públicos.
Vendas Novas está aqui à mão de semear. É prático ir até lá, seja através de transporte público ou individual.
Sendo assim porque é que não existe uma cooperação entre os dois municípios? A quem interessa a cooperação? Às pessoas, mas acima de tudo às populações a quem falta o acesso às oportunidades.
Assim, de costas voltadas, ou seja, com o Montijo só a olhar para a frente ribeirinha como se isso fosse o ex-libris de uma vasto concelho, é que não pode ser.
Propomos a cooperação entre municípios como estratégia para aumentar as nossas oportunidades. E é isso que está em causa, aumentar as nossas oportunidades.
A Câmara Municipal do Montijo avisa: Não compre lotes ilegais. Os que se denominam em avos.
Todos sabemos que este aviso em forma de outdoor não é recente. Deveria ser renovado com novas mensagens. E existem muitos apelos que se devem efectuar. Por exemplo, à excelência dos nossos vinhos.
Mas a candidatura socialista não olha a meios e, sem pudor, coloca o outdoor que anuncia a confiança da candidata em cima do anúncio da Câmara Municipal do Montijo. Parece confundir a candidatura à Câmara Municipal com a instituição.
É assim também em Pegões, onde a campanha para a Junta de Freguesia decorre num ambiente animado. Dizem alguns. Nunca antes visto.
A ideia é simples. Primeiro lança-se um boato. A fonte, claro, é anónima. Depois, com base no "já falado", escrevem-se as mentiras mais grosseiras. Um simples direito de petição, destinado a quem de direito, deu logo a origem às mais irreais inverdades.
Não terminasse agora o meu mandato nem uma assinatura seria necessária. Bastava a minha. E o que se pretende? É simples. Que sejam analisados os dados do ruído e das poeiras emitidos pela empresa Enermontijo.
Já o sabemos. O Investimento é estratégico para o país e para a região. A localização é um absurdo. Como é possível efectuar-se uma fábrica com aquelas características paredes-meias com casas de habitação? Mesmo ao lado. Era do Governo a culpa, sussurravam uns. Afinal é da Câmara do Montijo. A resposta é do Governo. A localização é para todos o maior dos mistérios. Tive imensos debates com o Senhor Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. E se por acaso o Senhor Ministro do Ambiente se deslocasse ao local, sei, tenho a certeza, que a sua expressão seria de indignação.
Depois de imensa pressão, de pedidos de esclarecimentos ao Governo, existem ligeiras melhorias. Será que são suficientes? Não sei. Só os dados técnicos o poderão dizer.
Agora, confundir um direito de petição com o encerramento é um acto de desespero. Solicita-se que os nossos futuros representantes, com responsabilidades na matéria, continuem a solicitar às autoridades com competência o interesse pelo bem-estar dos cidadãos. É só isto. Quem vos disser o contrário, já sabem, está mesmo muito desesperado. E não se inibe de lançar boatos e mentiras.
Lars Gustafsson é o único escritor sueco que conheço. E apenas um livro. Nele, ele relata um detalhe impressionante: ao receber a carta de um hospital, adivinhando o teor do resultado de uma biopsia, não a abre e lança-a no fogo. Adivinha-se o resto do livro...
Existem cartas que lançam pontes, outras que fecham portas. Umas fechadas, com lacre, outras perfumadas e coloridas. E claro, as cartas abertas. Lembra-se dos postais dos CTT, que por serem mais baratos eram uma espécie de carta aberta? De um lado um selo, o endereço, no inverso a comunicação com poucas palavras.
As cartas abertas devem falar de ideias, de propostas, de projectos. Quando enumeram inverdades, forma eloquente para enunciar um facto que não corresponde à verdade, e não se coíbem de insultar e ameaçar, ignore as cartas que fecham as portas ao seu futuro.
Foram imensas as assinaturas recolhidas no porta-a-porta. Quase todos os vizinhos subscreveram as petições. Conheci pessoas maravilhosas.
Os nossos futuros representes no Parlamento, o futuro Ministro do Ambiente e a próxima presidente da autarquia estou certo darão às justas solicitações a melhor atenção. É também assim que funciona a democracia.
Nesta troca de ideias que representava sempre a subscrição das petições, houve imensas pessoas que me sensibilizaram. Uma em particular. Já não falava com a sua filha menor há cinco anos. Estava longe.
Prometi-lhe que diligenciaria todos os esforços junto do consulado português para que através da Web, com recurso a uma câmara digital, além de falar com a sua filha ela pudesse ver também o rosto da sua filha.
Se for possível este pequeno sonho, será um momento relevante desta iniciativa. O de aproximar uma mãe e uma filha, que as circunstâncias da vida, separaram.
Sempre que há eleições, o país tremelica em arranjos de última hora. Faz-me lembrar os alunos que não estudam e que, à beira dos exames, em vez de relembrar a matéria estudada, decoram-na sem a perceber.
Esta tarde, a C. M. Montijo entendeu pintar a divisão da estrada, que o tempo se encarregou de já ter apagado há muito tempo. Pintou só o centro da via, porque bermas para os peões não existem. As estradas municipais são só pensadas para os carros. Poupa-se a tinta das bermas.
Mesmo assim, só se lembram em época de eleições. Estas atitudes, recorrentes, são preocupantes. Fazem-nos de tolos. E devem ser censuradas.
Os seus representantes exercem um mandato e devem-no executar com tranquilidade. Quando o efectuam à última da hora relembre-se sempre do aluno que nunca estudou e que quer passar o ano sem aprender a matéria.
Tenho acompanhado os vizinhos afectados pela má localização da Enermontijo na recolha de assinaturas. E tem sido uma experiência extraordinária. Tenho conhecido pessoas maravilhosas.
Já o escrevi, volto a escrevê-lo, quantas vezes forem necessários. A localização da Enermontijo é uma vergonha. Só era admissível num quadro de conhecimento muito próximo da idade das trevas. A Senhora Presidente da Câmara deu uma entrevista em que disse que a estratégia perante a proximidade do aeroporto era planear, planear, planear. Está à vista o planeamento.
Não acredito, não quero pensar que seja assim, que tenham sido os empresários a eleger o local. Ou, dito por outras palavras, que tenham elegido o local por sua iniciativa. Alguém lhes indicou o local. E certamente alguém lhes deu as garantias que aquele era o local indicado.
Existe para já um dado inquestionável. O governo responsabilizou a Câmara Municipal pela sua localização. Acrescento, pela sua má localização.
E qual terá sido o papel que desempenhou o Executivo da Junta de Freguesia? Foram os últimos a saber? Não acredito. É o mais relevante investimento privado em Pegões. E desconheciam o investimento, as suas consequências, a sua localização? Se foi assim é grave. E que fizeram? Encolheram os ombros. Foram solidários com metade da localidade de Pegões? Não. Recolheram-se no silêncio. E quando assim é você acha que merecem a sua confiança política? Claro que não.
Quando você vota, deposita nos seus representantes a sua confiança política. Sabe que eles o representam. Sabe que, se forem solicitados, os seus representantes lhe dirão algo. E foi isso que fiz. Solicitei esclarecimentos ao Governo. Acompanhei os vizinhos numa deslocação porta-a-porta. Os próximos Senhores Deputados devem continuar a interessar-se por este caso.
Não está em causa o investimento. Nem agora encerrar a fábrica. Mas todos temos o direito ao descanso. À qualidade do ar. A vender a excelência dos alimentos que se produzem. E não é isso que está acontecer num raio relevante da unidade industrial.
Caros vizinhos,
Em Outubro irei terminar o meu mandato de Deputado na Assembleia da República, para o qual fui eleito em Fevereiro de 2005.
Quero-vos anunciar que me irei candidatar à Presidência da Junta de Freguesia de Pegões.
Esta decisão é para alguns vizinhos incompreensível, considerando o cargo que exerço. Asseguro-vos porém que ela foi maduramente reflectida e efectuo-a em nome de dois grandes objectivos. Um é gerir e representar-vos de uma forma diferente e inovadora na Junta de Freguesia de Pegões. O outro é a zona Este do Concelho do Montijo.
Solicito-vos que observem com atenção o mapa do concelho do Montijo, disponível abaixo. Existem duas zonas geográficas completamente distintas. A zona Oeste, onde se localiza a cidade do Montijo, e a Este, que perfaz cerca de 80% da área do concelho e onde se situa Pegões, Canha e Santo Isidro de Pegões.
Se atendermos às oportunidades e aos equipamentos que são disponibilizados aos cidadãos que residem no mesmo concelho, em ambas as áreas geográficas, depressa concluímos que estamos claramente desfavorecidos. Repare só neste indicador: nenhuma criança ou jovem tem acesso a aulas regulares de natação na freguesia de Pegões e não existe uma única biblioteca pública disponível para os vizinhos. A generalidade dos cidadãos socorre-se da oferta pública disponível em Vendas Novas.
Pegões é, porém, uma centralidade. Tem acesso a redes viárias estratégicas nacionais, a um nó de auto-estrada, à rede ferroviária e está relativamente próximo das cidades de Lisboa, Setúbal e V. Franca de Xira. Reúne assim diversas infra-estruturas para fixar nesta região os investimentos que nos irão proporcionar melhorar as nossas condições de vida. Não existe todavia uma zona preparada para as alojar.
A Junta de Freguesia de Pegões, através de um presidente que seja ousado, corajoso e tenha uma visão de futuro, saberá protagonizar uma nova estratégia para a zona Este do Concelho do Montijo.
Se atenderem à minha actividade parlamentar, consultável nas páginas electrónicas do Parlamento, saberão que jamais os irei representar através do silêncio e da subserviência.
Convido-vos a participar num projecto alternativo, substancialmente diferente e inovador. Pegões tem Futuro!