sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Lote


Hoje de manhã fui adquirir o meu jornal habitual. Como o suplemento cultural que o acompanha não estava encastrado, troquei-o pelo jornal mais jovem. De facto, este jornal e o suplemento cultural são duas letras diferentes do alfabeto.

Perto dos jornais, um "jornal" regional fazia o seu comunicado Nº 1. Eu diria que esta peça jornalística é inédita. O proprietário do jornal, o seu director, o autor da notícia é o dono do lote.

Os tribunais um dia irão decidir, assim o creio. De quem afinal é o lote. Mas existem alguns dados curiosos neste folhetim de Outono. O lote oferecido e o lote urbanizado. Quem ofereceu o lote exigiu outro lote urbanizado.

Eu confesso que gosto de dar. De oferecer. Creio que isso é comum aos portugueses. Damos o tempo por causas de todos, nas colectividades... Damos o que nos sobra e ainda há quem ofereça o que lhe faz falta. E recordo-me de uma parábola da Bíblia, quando Jesus chama a atenção dos seus discípulos para uma mulher que oferece quase tudo o que tem, ainda que seja escasso.

E esta novela enrolada do lote, que até já motivou comentários inflamados neste blogue de portas abertas, imaginando-se que a nossa candidatura seria a pena oculta que escreveria os textos, nasce mal. Quem aceita uma oferenda, neste caso um lote de terreno, deveria aceitá-lo sem grandes contrapartidas, excepto que o mesmo se destinava exclusivamente a fins públicos, ou seja a causas de todos.

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